Certas coisas cá entre nozes, estão além das palavras. Bem vindo!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carta de carnaval


Pego esse pedaço de papel para te mandar uma carta, sim é clichê te enviar lembranças, até porque nem sei se será capaz de ler até o final. Mas é um medo reconfortante, ter alguém para quem escrever, quando se danou por esse mundo afora. A expectativa recorrente de receber uma resposta dizendo que esse outro alguém tem pensado sobre suas experiências. Depois de todo o desabafo é a alegria da resposta que conforta.
Pois dito, sei que no Brasil agora é época de carnaval, a cidade que você está por agora não tem muita fama de boas festas, e você como bom aventureiro que conheço provavelmente vai dar um jeito de chamar os amigos, sair por alguma night interessante e quem sabe até consiga carnaviar.
Estou aqui em outro continente, onde hoje a noite é fria, não é um frio que caleja a carne, mas sim aquele clima que é pretexto para acender a lareira e aquecer a alma. E nesse calor de pensamentos te escrevo.
Estamos tão perto quando lê minhas palavras, e ainda continuo sendo um mistério pra você e o que tenho a dizer com tanta poesia. Faz parte de mim, de meu infinito particular como disse Marisa, e até quando não tenho resposta me respeito.
Acontece que não pela distância, mas nos perdemos tanto. E toda essa perca humana ainda guarda algo tão puro. Puramente imperfeitos nós. E amar mesmo com as dificuldades é uma decisão, e bem sei que apesar de toda farra que um feriado ou amigos podem acarretar; Decisões requerem pensamento, tempo, mente e coração. É abdicar ou tentar.
Você permanece na minha lacuna e eu na sua. São espaços contrários e que inexplicavelmente se atraem.
Nem com tempestade e quilômetros te esqueço, nem com um clima europeu esqueço desse seu coração sonhador e serenamente agitado brasileiro.
Aluguei uns filmes de comédia romântica, liguei o som com o volume dos Los Hermanos, dancei e sorri, solamente mas também imensamente.
Afinal de contas carnaval já faz parte de nosso sangue, problema é que as vezes deixam o sangue circular demais e se esquece seu ponto de partida. E o Brasil fica desse jeito perdido entre a poesia de um samba e a vulgaridade manchada.
Mas te mando essa carta sem saber se você está triste ou alegre, para te dizer que carnaval é sem hora ou dia, é estar em boa companhia e fazer folia, é trazer axé quando a vida fica meio down. Boy, carnaval é coisa da gente.

                                           Senti- mentalmente,
                                                                   Jamila.
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