Certas coisas cá entre nozes, estão além das palavras. Bem vindo!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Infinitude


''Please brother let it be, life on the other hand won´t make us understand, we´re all part of the masterplan.'' Oasis

Inspiração. A falta de palavras pra descrever todos os rebuliços, revoltas, conclusões, tem sido tanta. Acabei achando mais fácil ouvir músicas e me expressar cantando-as, acabei achando mais fácil pensar carnalmente, acabei achando mais fácil lamentar e sonhar: nada.
Foi isso que andei fazendo, me perdendo, me achando, e nadando, do verbo flutuar em tantas águas e nunca chegando em terra firme.
Sem núcleo, sua mente está entregue ao caos, e isso não é filosofia banal, é regra sem exceção. Seus pensamentos te guiarão no início depois disso você será fantoche, veja bem a última coisa que você gostaria de ser, fantoche de instintos até se transformar em um típico animal.
Até que certa força me tocou, não foi de repente, foi na lágrima dos que amo sofrendo, na falta de justiça para com os que desconheço mas que sofrem, na minha necessidade vital de ser. Então eu disse sim, quero fazer parte.
Fazer p-a-r-te, se sentir célula ativa de um sistema, se sentir reproduzindo quem você é, e interligando seus átomos com algo que te evolua.
'' Vai garota, pare de se entregar a nada, chorar na calada da madrugada, seus pensamentos e dúvidas não serão respondidos sem ação, encontre seu centro, limpe essa poeira cheia de muco que te deixa inerte, respeite o tempo seu, invista em você, no seu cérebro, no seu corpo, na sua alma. Sangre, mas batalhe. A cicatriz vem, marca, é a vida. Viva, minha querida, v-i-v-a.''
Alguns diriam como é gigante o ser humano, no momento em que ele caminha para o fim, se levanta. Eu prefiro reconhecer minha humildade existencial, dentre os milhões de galáxias, a infinitude do universo. Depois de ouvir tais conselhos, só poderia dizer: Obrigada Deus.


(Nota: Não pretendo justificar minha fé, nem questionar a do leitor, apenas afirmo que a sinto e me oriento.)

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Ao suposto estranho




Eu ouviria do modo oco como estava Johnny Cash pelo resto da tarde, mas não posso. Não posso porque o mundo continua em seu ritmo uniformemente capitalizado, e não devo.
Mas pelo menos nesse instante gostaria de te dizer: Que você é o garoto que olhamos na partida do trem na estação e sentimos vontade de partir pra qualquer lugar, quem sabe Shangrilá, mas com ele, você é aquele corredor de passos compassados, que está prestes a vencer a corrida mas eu não poderei vê- lo ganhar o troféu.
Seus olhos mirando o que pouco sei, era a cor que faltava em meus pincéis subconscientes, prestes a cair em uma paixão surrealista, mas não era surrealismo a definição. Porque você era real, na minha frente: eu, você, e por acaso... nós?
Com minhas histórias desastradas, às avessas, mas intensas e verdadeiras de modo que ou há paixão ou não há, nada morno. Mesmo desconfiando dessas tais mágicas, lantejoulas, e neon que tanto falam, foi de harmonia te ver permanecido ali, olhando, e foi de luz ver que seus olhos encontraram os meus até no escuro.
Foi de paz, meu querido desconhecido.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Dark side




Olhei pra você atentamente, mesmo com certa distância parecia que me dissolvia entre seus olhos, não era a primeira vez que nos víamos. Eu já havia chorado por você outras noites, já havia conversado com você em outras ocasiões, e já havia esperado por você em outras partidas.
Mas hoje depois de certo tempo afastados, eu podia te ver mais madura, sem aceleramentos cardíacos, sem precipitações.
Me pego agora pensando, passando a mão sobre sua cabeça e você de olhos abaixados, e eu olhando cada detalhe do seu rosto, nariz, pescoço, porque me tornei tão íntima de seus traços mesmo longe de  proximidades.
Eu podia esboçar seu sorriso, meio malandro, tipo de predicado que não deveria me atrair, e depois disso tudo mesmo com seu sotaque e fala que me arrepiam por tanto mistério, tudo isso um vício.
Então agora me diz como poderia ter nascido algo bom disso, desse contato além de carnal que firmo ao estar com você, me diz como poderia vir alguma noite de sossego depois de tantas madrugadas em que você nunca pode me responder, me diz como poderia vir puros beijos quando o que te satisfaz em relação a mim é só desejo.
Pensar que em outras noites você dava seus pedaços, sendo que eu estava aqui, pensar que você nunca teve coragem de nada enquanto os outros conseguiam gesticular um diálogo que tantas vezes esperei de você.
Me diz como viria algo pacífico depois de tanta escuridão?
Você me fez tocar um lado obscuro que eu não havia tocado antes, e eu fui a essa escuridão para enxergar a luz de que preciso e que você nunca poderá me dar.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Imagem(nando)


Você sai como todo dia, e eu sigo. Mas por dentro como uma dama solitária te espero e guardo em meu pensamento estações melhores.
Porém quando apareces  sangrando próximo a minha porta, eu corro pra te salvar. Salvar você de si mesmo.
Todo dia você vai buscar sua tal liberdade e termina libertando seus fantasmas em meus braços.
Tornei sua cúmplice em um assalto ao meu presente que insiste em depositar um passado em nós onde só existe débitos.
Você vai estar com sua arma na mão, por defesa mas também me intimando a não tentar me aproximar muito.
Te olharei em frente a mim, enxergarei seus defeitos, qualidades e tornarei humano meu anseio por sua companhia. Franzirei a testa, seria um indício de um pesadelo ou de um amor?
Tanto faz porque eu vou torcer o pano, enxaguá-lo e estancar seus machucados, você vai fechar seus olhos e eu não passarei disso, um sonho bom que te acolhe nas noites aflitas e solitárias.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Casual







Vermelho. Você coloca o batom para colorir os lábios que um pouco cansados de tanto dizer sonhos e decepções precisa de cor.
Se veste com aquela roupa que até mesmo quando você não está radiante, te destaca. Só pra não transparecer o medo de se enganar em alguma esquina. E sai.
Sem toda aquela embromagem de dama da noite, nada de dama para que não incite qualquer tipo de jogo vicioso com fim inesperado.
Você é lady de si mesma e também o inimigo da espreita, seu ego acenando por medo ou por atração.
Mas por trás de toda a vestimenta, maquiagem você talvez só procure alguém tão imperfeito quanto tú que apenas diga: Vamos.
Vamos viver esses minutos com mais coragem, porque o normal é só dizer discursos hipócritas sobre vida e nem sentí-los. Vamos tirar qualquer dia depois da correria cotidiana só pra ficarmos juntos, parados, assistir uns filmes, tocar em um luau particular, deitar e veja que coisa mais clichê assistir o luar, e a nossa magia estelar ocular.
Vamos brindar com o melhor drink o desconhecido e saber que ao seu lado posso perder toda minha sobriedade porque simplesmente confio.
Vamos acelerar para qualquer destino em uma tarde nem um pouco planejada, e viajar o mundo, as pessoas sem sair de onde pertencemos.
Depois, a inconstância do ser humano vai nos alcançar, todas as lembranças vão vir como um sonho, mas surge uma declaração instantânea. Muito mais que ir, agora vamos continuar.
Continuar até semana que vem, até ano que vem ou até quando der.
Naquela noite você com o olhar um pouco perdido, mas fixo, esperava um acaso de destinos.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Carta de carnaval


Pego esse pedaço de papel para te mandar uma carta, sim é clichê te enviar lembranças, até porque nem sei se será capaz de ler até o final. Mas é um medo reconfortante, ter alguém para quem escrever, quando se danou por esse mundo afora. A expectativa recorrente de receber uma resposta dizendo que esse outro alguém tem pensado sobre suas experiências. Depois de todo o desabafo é a alegria da resposta que conforta.
Pois dito, sei que no Brasil agora é época de carnaval, a cidade que você está por agora não tem muita fama de boas festas, e você como bom aventureiro que conheço provavelmente vai dar um jeito de chamar os amigos, sair por alguma night interessante e quem sabe até consiga carnaviar.
Estou aqui em outro continente, onde hoje a noite é fria, não é um frio que caleja a carne, mas sim aquele clima que é pretexto para acender a lareira e aquecer a alma. E nesse calor de pensamentos te escrevo.
Estamos tão perto quando lê minhas palavras, e ainda continuo sendo um mistério pra você e o que tenho a dizer com tanta poesia. Faz parte de mim, de meu infinito particular como disse Marisa, e até quando não tenho resposta me respeito.
Acontece que não pela distância, mas nos perdemos tanto. E toda essa perca humana ainda guarda algo tão puro. Puramente imperfeitos nós. E amar mesmo com as dificuldades é uma decisão, e bem sei que apesar de toda farra que um feriado ou amigos podem acarretar; Decisões requerem pensamento, tempo, mente e coração. É abdicar ou tentar.
Você permanece na minha lacuna e eu na sua. São espaços contrários e que inexplicavelmente se atraem.
Nem com tempestade e quilômetros te esqueço, nem com um clima europeu esqueço desse seu coração sonhador e serenamente agitado brasileiro.
Aluguei uns filmes de comédia romântica, liguei o som com o volume dos Los Hermanos, dancei e sorri, solamente mas também imensamente.
Afinal de contas carnaval já faz parte de nosso sangue, problema é que as vezes deixam o sangue circular demais e se esquece seu ponto de partida. E o Brasil fica desse jeito perdido entre a poesia de um samba e a vulgaridade manchada.
Mas te mando essa carta sem saber se você está triste ou alegre, para te dizer que carnaval é sem hora ou dia, é estar em boa companhia e fazer folia, é trazer axé quando a vida fica meio down. Boy, carnaval é coisa da gente.

                                           Senti- mentalmente,
                                                                   Jamila.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Like a rolling stone




Como uma pedra. Você assim meio firme, mas também suscetível ao movimento se alguém lhe tocar. E então você se desenrola e rola por esses dias, pela vida.
Euforia, puro êxtase, não adianta esconder seus instintos. Como um desbravador de seus sonhos você busca, se aventura, se engana e arrisca ainda. Alguns por entre essas noites, em um gole, em busca de um som. Embriagados por aquelas emoções tão faladas, mas não sentidas a flor da pele. E como toda grande dose tem sua ressaca, você sofre com dores que não tem anestesia, e com uma dor de cabeça, aquela diretamente dos neurônios que em tamanho rebuliço não se aquietam para que possam interceptar uma mensagem fixa e sólida para ser executada pelo corpo.
Acontece que a pedra rola, cria lodo às vezes, rola novamente e como em qualquer caminho ela pede um pouco mais de sossego em seus pontos. Sua alma acena por lugares que possam te dar mais firmeza, mais terra, ar e chão.
Você provavelmente não encontrará esse ponto facilmente, e como pedra em si, desgastada entre seus machucados, porém também cada vez mais pura, essencial naquilo que você realmente é, vê que não corresponde a um só ponto. São pontos que se interligam e levam a um lugar mais seguro em que você possa se recostar.
Os dias são tão loucos, quanto minha estranha lucidez e minha alma cresce em uma maturidade cintilante como rubi, e ascendente como uma subida longa e findável.
O infinito está aqui não é mesmo? Na nossa fé que caminha e se compartilha, e nesse amor, que de tão insaciável, bebe tantas bebidas e sangria tanto. Mas permanece. Tão sólidos quanto essa pedra que rola, tão sólidos quanto a mim.
Isso é o começo de um fim? Não, é apenas o fim para um novo começo.
E como pedras tão rolantes que somos, me estendo até ti, tentando dividir essa loucura de estar vivo.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...