Certas coisas cá entre nozes, estão além das palavras. Bem vindo!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Estação






Arrisquei, era uma área pouco confiável porém que me chamava tanta atenção.
Mais que colocar apenas um pé, coloquei amor e acreditei ou ao menos suspeitei com certa veemência.
Sua personalidade simpática já não cobre seus atos, e ficar nessa estação esperando você que chega sempre aos retalhos não é certo. E para o mundo você  também chega aos pedaços?
Entrei nesse lugar desconhecido, por inteira, respeitaria suas incertezas e seu mundo mas se trata de muito mais.
Esse seu muito na verdade é muito pouco. Pouco que não se constrói nada, não permanece.
Pode ser que nos encontremos logo, no entanto hoje é impossível aguardar o seu trem, o frio já congela o que ontem parecia intocável, e em mim o seu desejo já não tem mais face.
O ticket para a entrada em nossas vidas, talvez seja caro para você, para mim não se tratava desse valor mas da intensidade que se tinha em sentir.
Estou um pouco arranhada, é o risco que se faz em viver, olho no relógio nem cedo ou tarde, apenas o tempo que marca para todos, segundo de não apenas pensar em mim mas fazer por mim.
Esfrego as mãos, inspiro, cumprimento a senhora ao meu lado, ela diz:  ''Esperando o trem?''
Balanço a cabeça e sorrio em afirmação.
Ela diz:  ''Não se preocupe, o trem sempre passa, nós só temos que saber o momento certo de embarcar ou desembarcar.''

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Blecaute



Luzes apagadas, nós aqui apenas com o corpo para guardar tanto em nossas mentes.
Que fique escuro, ouço os sons, risadas ao meu lado, altas, frenéticas, não sei do que riem, mas permanecem nesse ritmo paralisado, absorvidos pela suas ilusões.
Do outro lado alguns procuram um pouco de luz e se recuam em um canto, apenas assistindo as pessoas dançarem essa melodia que é a mesma para todos apenas se diferenciando na vibração que cada um recebe.
Eu subo a escada, chegou a parte do show em que eu apareço. E então?
Nós aqui no escuro, tão vulneráveis, tão vivos, o que apresentar?
Eu me apresento.
Um tanto clássico para esse mundo movimentado, apimentadas de um dance focalizando sempre em ''feelings''.
Bem se sabe que depois do blecaute dessa night, vem a fight do dia-a-dia, e tanto no claro ou no escuro, estamos despidos e de postos a construir o que achamos que é certo.
O certo hoje é uma questão de conceito, e conceito cada um tem seu próprio.
Porém mais que fazer o meu certo é ver o reflexo que essa ação tem, e este reflexo não se ofusca, pois é a imagem que se tem em si.
O breu consome, posso enxergar nitidamente meu reflexo, sorrio, correspondo-me em meu mistério, silencio e passo o microfone, afinal é a parte de outra pessoa no show.

Para cobrir ( parte II)





Interessante a forma como o amor é tratado em contos, e o felizes para sempre.
Sempre. Palavra terna e pesada essa.
Mas nada dura para sempre, porém não é isso o que chama a atenção, o que torna real a palavra é a permanência.
O vigor que se tem mesmo diante de tudo o que se passa.
E o amor já está sempre, assumindo sua face de bela e fera. Assustando aos que passam, se refugiando em si mesmo por receio, medo, tão singular de se perceber.
Mas ele se surpreende com a beleza que se tem em sentir, e se aventura.
Aventura com riscos, que machuca. Porém que pulsa, que acredita.
Acreditar é dom aos poucos feito, e de poucos.
Em cada passo fica semeado esse sentimento único, na família, nos amigos, naquele alguém, na sua existência.
Existem milhares de lugares, ares, olhos, e também seus tantos caminhos dentro de si, e me fascino.
São sonhos que temos e quanto a estes o que for verdadeiro é com força, confuso até, mas aos poucos se assume. Da área que você quer dedicar seu esforço no trabalho á todos que você vai levar nessa vida.
Percebeu como as luzes em Dezembro alcançam seu auge, vê como seu sofrimento ainda pode ser transformado, e sabe porque? Meu querido, porque estamos vivos.
(Como disse o Drummond: ''É dentro de você que o ano novo espera e cochila desde sempre.'')

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Para cobrir



Nesses dias, tentei ser firme no meu bom humor, mas permiti esse pranto que tenho por dentro.
A lágrima que exprime tanta dor, hoje salva, porque a tristeza é uma resposta.
Certas coisas não mudam, e outras pessoas não se importam se hoje o dia está tão claro, com cores que tocam a alma antes atormentada e a cobre com a esperança.
Pensei que era errado acreditar na vida, ver além da literalidade de cada palavra, um sinal de fraqueza talvez.
Quem sabe não seja nem fraqueza nem força, porém sim a opção sua de viver.
Essa fé que ultrapassa a epiderme, contraria a ciência pois mesmo com tantos indícios que levem a desistir desta, ainda há as exceções que insistem em sonhar.
De exceção em exceção temos construído o que há de mais belo nessa vida, o amor, a paz.
Me descubro, cada retalho, a junção de cada linha que aos poucos forma esse lençol que cada um é. Alguns que aquecem, outros que só cobrem a si.
Cada um é a proteção de si mesmo, só cabe a nós saber se vamos dividí-la ou não.
Nessa tarde, me cubro, e digo que ainda há espaço para compartilhar, pois eu com esse meu jeito stand by me, sinto ávida a vida.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Se (suspiros de um (im)possível diálogo)



A brisa sopra, o tempo está meio nublado, esse banco aqui na beira da praia parece tão confortável.
Sabe mal tive coragem de te olhar nos olhos, gosto tanto de você que fico até sem graça.
Mas agora deixa só eu te dizer, pegue minha mão, é tão tangível nós dessa maneira.
Não gosto de estar com um, outro e coisa e tal. Sempre fui sincera nesses assuntos românticos, honesta do tipo que prefere amar de verdade a ficar agindo por desejo. Mas não costumo mostrar isso aos quatro cantos, por paciência ou calmaria talvez deixo que o amor aos poucos crie sua face. Te assustei um pouco ao falar de amor?
Ah não se assuste, se bem que até eu às vezes me surpreendo.
Espera, e se eu disse tudo isso e foi um engano meu?
Preciso te confessar, tenho medo.
Medo porém também curiosidade, esse eterno mistério de ser humano, do ser humano.
Ânsia do desconhecido, audácia de descobrir cada segredo, mãos postas para mudar, coração desbravador, tão forasteiro porém também nativo de si mesmo.
Fugi um pouco de nós não é? É estranho dizer.
Inspiro, aprendi que é preciso ser forte, e minha teoria é a minha essência, e esta essência não se perde, pode até estar um pouco arranhada, mas ela prossegue, logo eu prossigo e insisto, a vida deve continuar.
Você me intriga e me encanta. O que sei é que desde que você apareceu, a vida tem sido tão doce, com momentos amargos, mas única.
Como disse Cazuza, ''Amor, meu grande amor, que dure apenas o tempo que mereças.''

domingo, 5 de dezembro de 2010

Serenamente um convite


Me deixei ser. Minha mente está sempre alçando demais para caber tudo no papel. Então me arrisco nesse esboço.
Sabe o que eu vim me tornando desses tempos pra cá? Gente.
Vi que há erros que comprometem nosso futuro, o esforço transforma, e deve haver a evolução de cada um como ser.
Existem pessoas sós demais nesse mundo, privadas de alegrias e segurança, e não há causa melhor que essa para se lutar.
Estamos suscetíveis ao desejo, tristeza, alegria e que em um dia você pode mudar de opinião várias vezes mas se olhar atenciosamente verá que na essência da sua pergunta já está a resposta.
Há várias pessoas nesse mundo, inteligentes, inocentes, egoístas, e tantas outras. Mas como o mundo se transforma com apenas uma mão amiga.
Não é necessário agir por impulso, porque na pressa se entra em qualquer porta e há caminhos sem volta, infelizmente.
Gostar de alguém não é apenas querê-la. É crescer em si, por si. É ver pontos diferentes e acertá-los. É se sentir tão envolvido por um sorriso, um olhar que você se perde, se acha, e ama. Porque amor é bastante e forte em si mesmo como disse Drummond.
É aprender, viver á flor da pele, com velocidade, calmaria, alegria, vasta epifania.
No fundo o que você acha da vida é aquilo que você sempre guardou mas talvez desatento não deixou aflorar.
Então nesses últimos dias de 2010, digo que ainda não descobri todos os mistérios do ser humano, mas estendo a mão e já sinto um vento soprando no rosto, vento de paz. Paz que bem sei que será abalada, confundida em um futuro próximo mas que sempre estará comigo. Sonoramente te convido e digo: Let it be.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Embale





 Sossego que se perde,
 Loucura que persegue.
 Sentimento que cresce.
 Quem sabe se houvesse...
 Paz que me veste,
 Falta que me entristece
 Angústia que desperte
 Aquilo que venho tanto buscando.
 Caminhando,
 Errando, me renovando e ainda te esperando.
 Me rascunhe nesse seu passo,
 Que possamos fazer em um compasso, o que já não acha mais espaço.
 Apenas me abrace,
 Se embale
 Se retrate nessa nossa parte, antes que seja tarde.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Caminhos perdidos




Ele corria pela favela, aquelas ruas em que ontem jogava futebol, sonho de brasileiro, crescer e se tornar jogador, melhorar a vida, garantir a família.
Mas não são essas ruas que se vê hoje, são restos de esperanças misturadas ao sangue novo e a ganância de muitos, mãos estendidas implorando ajuda. Será que alguém vê? Mas será que vê, se importa e cuida?
A idade de criança, mas as feridas de um adulto, heranças de uma sociedade injusta.
Quantos mais? Ainda existe espaço para suportar tal dor?
Policiais, tiros, desespero, pessoas marcadas por uma consciência perdida, se tornaram bandidos e acabaram roubando de si mesmos as suas vidas.  
Garantia de vida perigosa essa misturada por inocência e dinheiro, pela pobreza e o medo.
Ele se acostou no canto do poste, havia sido baleado, via pernas correndo, gritos, a vista já embaçada. O som ia diminuindo vagarosamente, silêncio que ele nunca havia ouvido.Talvez sim naquele dia, que passando pela cidade com a mãe ouviu um pianista tocando uma melodia tão pura que dava até dava vontade de sorrir.
Nessa melodia e embalado pela lembrança de sua mãe, ele fechava os olhos e dizia lentamente: hallellujah.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Seu infinito





Ela de olhos mirados na rua, ali, em parte forte, mas já com certas cicatrizes, coração em palpitações tão intensas que nem mesmo ela conseguia entender. Alguns diriam que ele estava oco, mas não, era tanto que mal ela o alcançava. Talvez seja isso, temos um mundo tão grande dentro de nós, que poucos se aventuram, poucos vêem.
Então ela parou para pensar, sim a natureza é bela, há tanto descobrir, mas tudo isso é criado pelo que se há em si. Sua vida pode ser um filme de terror, ou uma comédia, ou quem sabe até um clássico com direito a lições e mudanças no decorrer da história. Mas o que realmente muda é o que se tem na sua mente, no seu coração.
O café estava quente, mas já estava na mesa há horas, não era o café. Eram suas mãos quentes, ansiosas para viver, para tentar.
Dia nublado, todos fechados na sua correria e em seus casacos. Se houvesse uma cor para aquele dia seria cinza.
Mas para ela o mundo estava policromático, como uma página prestes a encontrar alguém para preenchê-la, como um sorriso prestes a ser disseminado, como um violão prestes a ser tocado.
Cicatrizes, lágrimas, mas também pernas, mãos, e aquele sentimento gigante que ela tinha em si, não sabia o definir. Aquela mistura de medo e admiração, inocência de quem sonha, maturidade de se descobrir gente. Esboçando um sorriso de canto em seu rosto, naquele instante apenas sentir e seguir.

Novembro de chocolate amargo



Nesses dias de novembro, surge um pouco daquela esperança de Natal, Ano Novo, mas também a realidade do que você construiu.
Momentos difíceis, em alguma curva você pode acabar se perdendo, em uma paixão sem progresso, em um frenesi, ou na futilidade.
Dias duros esses de novembro, aquele amor pronto a se renovar, mas também aquela angústia que sufoca por não ter alcançado os planos.
Quem sabe esteja faltando trabalho, agito, amor, pois de quase em quase se escapa, e fica assim, essa cara pálida, fruto da rotina.
O cansaço vai tomando os ossos, fraqueza de tentar, amarga rendição de novembro.
Mas hoje é dia 30, não é mesmo? Estranho, pensei que durasse até 31, vontade de acertar os planos.
Faça-se fortaleza de si, mestre e aprendiz de sua vida, solidez do que almeja. Talvez o novembro só espere você ter essa doçura, a da regeneração.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A definir


Te olhar assim de tão longe ou tão perto, apenas pra me certificar e alegrar por saber que você está presente. Reparar nos seus traços de um lugar meio distante só pra você não estranhar o quanto eu te admiro. Esconder pra mim um sentimento que podia vir a ser algo real por medo de você. Mas medo de você? Não se teme a quem se ama.
Então eu me perco de novo nesse sentimento que nem sei qual o nome, algo misturado com covardia, expectativa, amor. Há uns anos atrás seria até engraçado de contar, como é bom ter alguém que de longe te olha, que expressa algo bom por você. Porém hoje parece que isso já é diferente.
Parece uma ausência tão grande a gente não se permitir viver, se conhecer, parece algo sem motivo esse nosso receio. É como eu já te desse a mão pra dizer: -Vamos. Mas você dói tanto. Eu nunca sei qual o milímetro mais confiável para finalmente arriscar.
Isso passa, mas o que intriga é o intervalo de tempo que dura, não sei como será amanhã, pois sinceramente até perdi a esperança de algo que ultrapasse essa barreira tola que criamos. Ou se é verdade.
Mas por enquanto deixa só eu te dizer, gosto demais de você.

sábado, 13 de novembro de 2010

Á moda antiga



Hoje as pessoas não ficam ''sozinhas'' por muito tempo, é fácil encontrar alguém para distrair.
Mas ficar se distraindo com um, outro e terminar com ninguém é realmente uma das faces da solidão.
Ser só não é chorar por aquela pessoa que está longe e que você sente falta, mas que te ama também. Sozinho é vagar por tantos corpos e não descobrir o seu porto.
Se você me perguntar se existe uma só pessoa, acho que não, conhecemos outras pessoas antes de reconhecer aquela uma. Porque na verdade as pessoas mudam, o tempo passa e a gente aprende.
Vou acabar me entregando na Inquisição com meu pensamento, porém acredito que ao invés de caçar como alguns dizem, eu queira sim viver.
Se for pra ser algo, que seja com alguém que realmente mexe comigo, mais que uma aparência, mais que querer no escuro. E caso não for pra frente, como dizia Los Hermanos:'' Pois é, não deu, deixa assim como está sereno.'' Mas foi uma lágrima válida, sentida e real.
É arriscado pensar assim atualmente, ah mas eu quero mesmo é amar no claro, sóbriamente e verdadeiramente. 

sábado, 6 de novembro de 2010

Tentativa


Eu sei bem que minhas seguintes palavras sobre tal assunto não reformarão muito, mas diante da minha pouca influência, desabafo a minha alma na procura de poder ajudar.
Na primeira vez que li O cortiço, de Álvares de Azevedo, considerei um livro horrível, por tamanha miserabilidade que apresentavam os personagens, mas agora depois de um tempo vi que o autor representava a realidade. Se a situação de cada um me dava angústia, meu Deus imagine quem a vive.
Ontem assisti a um filme, ou melhor, mais um, que denuncia os mal tratos sofridos por tantas pessoas, surgiu um nojo do ser humano, de estar tão submisso a besteiras e de não poder fazer o suficiente para que isso acabe.
Não somos a raça superior, aliás, com o tanto de galáxias que existem acredito que possam existir vidas inteligentes além desse planeta.
A proporção de seres humanos que realmente são humanos é menor a dos que agem feito animais. Não convivemos com o homo sapiens sapiens, a maioria é uma projeção mal feita de pessoa.
Na verdade não posso concluir esse texto, porque a construção da nossa humanidade ainda está acontecendo, mas você que vê além, una-se com pessoas de pensamento bom, permita que suas idéias possam alcançar os que não tem conhecimento, permita que sua paz possa ser tocada pelos que sofrem, porque é nesse tipo de gente que está o futuro.
Isso nao é utopia, é diferença. É a diferença do que temos convivido tanto, o comodismo. É a urgência de ser gente.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Salto 12




Ela era uma mulher bem sucedida, esforçada mas se via presa a alguém que não a respeitava, e que não via metade do amor que ela tinha por ele. História típica que convivemos, foi então que me perguntei porque a insistência ?
Em parte me veio uma clareza, é tão difícil acreditar que o homem que se decidiu compartilhar a vida, a sua vida, sejam tão tolo e não enxergue a dimensão que se é amar, que algumas mulheres se deixam até  prejudicar para sustentar a ilusão de que ele ainda pode mudar. Quanto a outra parte só cada um pode saber.
O triste é que certas pessoas nunca mudam, e todo sofrimento não vale a pena. 
Vai ser doído tentar esquecer, se afastar. Mas decadente é não saber dar valor ao amor, estarmos com alguém que gostamos e não sabermos demonstrar isso, ser negligente ao ponto de não achar que o outro merece nossa dedicação e respeito.
Besteira mesmo é perder um amor sincero, e francamente certos indivíduos é melhor voltarem para a caverna e esperarem a evolução.
Viva aos que amam de verdade, aos que acreditam e aos que continuam lutando mesmo com as dificuldades do dia-a-dia.
E quando bater aquela dor por alguém que não a merece, ao invés de pedir uma dose de vodca, é melhor ir na loja e comprar um salto alto por favor, que mesmo aos trancos e barrancos a nossa força e elegância de ser mulher permanece.


sábado, 30 de outubro de 2010

Conto de verão



Aeroporto cheio, ela tinha tido uma viagem realmente reveladora, saiu buscando o mundo e chegou ganhando a si.
Fez amigos, transmitiu o que pensava e também aprendeu, aprendeu que às vezes é necessário apenas deixar-se viver, comer aquele prato delicioso, dançar com a vibração de cada música, olhar cada peculiaridade das pessoas ao redor, tirar uma foto daquele lugar que nos encantou e sentir da fria luz da lua ás 1 da manhã, a luz renovadora do sol ás 6 da manhã.
Encontrou uma paz imensa a dar mais atenção e confiança a sua fé, a Deus e ao que realmente somos.
Saiu para festas com os amigos, dançou a noite inteira, viveu puros devaneios, e voltou para o hotel. Ela não passou a noite com ninguém, porque simplesmente todo aquele lance carnal havia passado, aquele relance em que o corpo procura algo que ele nem mesmo sabe o nome e que engana e machuca tanto.
E de manhã  ele apareceu com um chá para enxaqueca que ela tentava combater, provavelmente ele tinha algum interesse e sutilmente tentava investir. Ela com seu equilíbrio meio intocável não havia percebido nada, foi assim que eles começaram a se conhecer, conversar, e depois naquela noite dançando ao som de uma bossa nova se permitiram apaixonar.
Bossa nova em pleno 2010? Ah, às vezes só uma tranqüilidade assim mesmo, ´´com açúcar e com afeto`` meu caro leitor.
E bateu o medo, de se entregar a alguém, de como pode ser daqui pra frente, esquecer os fantasmas do divórcio e do passado, e foi então que ela decidiu arriscar.
Porque a vida só se é vivida quando nos aventuramos, não por superfícies, mas naquilo que realmente nos faz sentir.
Se for pra se entregar que seja por aquela pessoa que nos faz dar um frio na barriga, que nos faz ser meio tolos, mas ao mesmo tempo sábios por ser o amor. Se for pra trabalhar que doam até os ossos, mas por aquilo que gostamos, que seja a alegria da vitória batalhada. Se for pra se aventurar que seja nos mais diversos lugares, no vento soprando no nosso rosto na maior velocidade, nas mais diferentes culturas. Se for pra sorrir que seja até a  alma, com a alma.
E então, aeroporto cheio, ela havia ganhado a si, e agora, ela estava olhando para trás e abrindo um enorme sorriso. Era ele que estava aparecendo, aquele que a fez perder um tanto do seu equilíbrio intocável. E veio um toque de sabedoria lispectoriana: ´´Perder-se também é caminho.``

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Geração Eleanor Rigby


É época de eleições novamente, poderíamos dizer que a política pouco importa na nossa vida, porque afinal a maioria não dá à mínima.
Mas como algo tão importante e de nível mundial não merece nossa atenção?
Uma nação deve e merece ser bem representada, são inúmeros trabalhadores entregando diariamente seu dinheiro ao governo, não só seu dinheiro, o fruto do seu suor, regresso para casa com aquele gosto amargo de esforço desmerecido.
E depois votamos em qualquer um, por ser mais simpático, por causa do boato da rua.
A vida é parte que se divide, feita com vários retalhos, e o meio onde vivemos merece nossa atenção e dedicação.
Fizeram-nos acreditar que o senado está longe demais, já é sujo, maneira fácil dos que já tem algum nome ganhar dinheiro.
Colocaram-nos no posto de fadados ao pior, de certa forma carregamos mesmo a herança de nossos antepassados, de onde nascemos, mas o que iremos fazer dessa cruz que todos carregam depende de cada um.
Acomodar-se é mais fácil, simplesmente ir levando não requer dor, porém também nem vitória. A inércia não é sinal de evolução, e podemos ser melhores do que somos hoje.
Olhe pra você, seja estudando, seja trabalhando, camisa suada, cabeça perdida em tantas futilidades que nos lançam a todo tempo, pouca importância para o conhecimento, agindo por desejos criados desde primórdios para distrair a população. Meros fantoches.
Revolucionar é essa utopia, porque faz tempo que esquecemos de sentir e ser gente. Apenas parte da nossa geração Eleanor Rigby: '' Todas essas pessoas solitárias, de onde vieram e a que pertencem?''. 
A miséria de espírito é a pior peste que pode tocar um povo, e reivindicar pessoas capacitadas para liderar um país é mais que digno, é nosso puro direito de seres civilizados. 

Pra não dizer que não falei das flores




Mãos tremendo, conseqüências difíceis pra tantos sonhos construídos.
- Vamos tentar, essa pode ser uma boa chance.
- Mas eu nem sei como encontrar o caminho.
- Então vamos lá, tentar achar o lugar certo.
- Ah aqui encontrei, bem agora é ir né?
- Tem certeza que está tudo ok?
- Tá sim, brigadão por me acompanhar, sempre.
- Boa sorte viu?! Tenta manter a calma!
Passos curtos, cabeça baixa, pensamento alto.
- Nossa ficamos no mesmo lugar!
Sorrisos por encontrar mais amigos em um lugar tão desconhecido.
- Pois é! Demos sorte!
- Tô tão apreensiva, será que vai dar certo?
- Ai eu também! Mas vamos lá, conhecimento a gente tem, esforçamos e dessa vez rola.
- Tomara! Se não o que rola é a minha cabeça!
Troca de conversas, pra manter a calma, a esperança.
Em um abraço de companheirismo, a gente se despede. Apesar de estarmos no mesmo lugar, tínhamos que cada um seguir um caminho. Estávamos na mesma sintonia, na sintonia de amizade, mas cada um tem suas próprias idéias e propósitos. E fomos com fé, e com a nossa história rumo ao futuro.
E foi assim naquele dia de vestibular.
Pareceu a partida pra vida mas era apenas o vestibular, mas não só ele, são momentos que vivemos a todo tempo em que definimos novos rumos. Da roupa que você vai usar ao amor da sua vida.
E o que fica mesmo são nossas ações, as pessoas que a gente cultivou. Não vamos viver pra sempre, mas o que construímos sim.
Como é bom saber que sempre podemos contar com aquele sorriso amigo, aquelas piadas do dia-a-dia, aquelas músicas da banda que defendemos até de baixo d´água, aquele abraço que cabe toda a torcida do Maracanã, enfim aqueles ombros, os antigos e os novos, aqueles poucos e únicos. Porque o que for verdadeiro, fica.

Pra você



Esses dias têm sido difíceis para dizer ou escrever algo concreto sobre nós, porque talvez seja tudo ilusão.
Foi repentino e avassalador, ouso até dizer que único. O seu jeito assim um pouco tímido, simpático, ligeiramente despreocupado. Sua simplicidade me transmitia uma paz, apesar de eu me ver volta e meio perdida na minha insegurança ao seu lado.
Engraçado como você me inspirou a me tornar tão íntima desse sentimento. Estranho como a gente cria tamanha ilusão, ou quem sabe toda essa magia tenha sido real.
Mas será? Seja lá como foi, foi terno. E ainda é. Te ter assim, numa manhã, tarde, ou há qualquer hora, só pra viver mesmo, só pra se descobrir. Quantas coisas bobas e boas ao nosso respeito, como disse Caio Abreu.
E parece que a gente está se perdendo, e é preciso seguir. Não vou perder quem eu sou no caminho e nem agir por desejo, pois sabe, amor é conjugado a dois, manso, voraz, mas verdadeiro.
Acontece é que mesmo com as loucuras do dia a dia, e todas as pessoas, eu te guardo. Posso até estar enganada, e me sinto receosa pelo que sinto, mas honestamente por você eu assumo o risco.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

In a strawberry swing




Senti aquela dor inexplicável, que sufoca e que gera o precipício, e bem, me rendi tantos dias, parece que a tristeza é assim mesmo, uma redenção. Difícil é estar na trincheira e ainda restar forças para lutar, porque no final estamos todos nós assim, expostos a dor, ao amor, enfim a vida.
Então com a fé de um principiante quero seguir. Sabe hoje eu finalmente ganhei um violão, sempre fui apaixonada por música e como cada melodia é algo de transcendente ao ser, mas enfim o engraçado é que estou tentando afinar até agora, e provavelmente vou demorar um bom tempo, pra acertar a nota, pra memorizar, pra acertar o ritmo. E talvez a vida é assim, tem que levar um tempo pra acertar as cordas, entrar na sintonia, sentir o ritmo, e construir a sinfonia.
Talvez não vamos achar alguém pra nos dizer a palavra salvadora, mas tenha fé, é aí que está a força motriz. Existe algo sublime e maior que nós além desse planeta. A todo dia, estamos vendo notícias catastróficas, monstruosas, então eu te digo, qual a esperança para aquela criança que acabou de nascer, e para cada um? Se quisermos realmente fazer valer, dessa vez eu vou ser o super- herói, eu que vou dar o meu melhor para ajudar, porque realmente nascemos com grandes poderes, a razão, o livre-arbítrio, somos seres humanos, e o nosso maior inferno e o nosso maior céu somos nós mesmos.
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