Certas coisas cá entre nozes, estão além das palavras. Bem vindo!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Seu infinito





Ela de olhos mirados na rua, ali, em parte forte, mas já com certas cicatrizes, coração em palpitações tão intensas que nem mesmo ela conseguia entender. Alguns diriam que ele estava oco, mas não, era tanto que mal ela o alcançava. Talvez seja isso, temos um mundo tão grande dentro de nós, que poucos se aventuram, poucos vêem.
Então ela parou para pensar, sim a natureza é bela, há tanto descobrir, mas tudo isso é criado pelo que se há em si. Sua vida pode ser um filme de terror, ou uma comédia, ou quem sabe até um clássico com direito a lições e mudanças no decorrer da história. Mas o que realmente muda é o que se tem na sua mente, no seu coração.
O café estava quente, mas já estava na mesa há horas, não era o café. Eram suas mãos quentes, ansiosas para viver, para tentar.
Dia nublado, todos fechados na sua correria e em seus casacos. Se houvesse uma cor para aquele dia seria cinza.
Mas para ela o mundo estava policromático, como uma página prestes a encontrar alguém para preenchê-la, como um sorriso prestes a ser disseminado, como um violão prestes a ser tocado.
Cicatrizes, lágrimas, mas também pernas, mãos, e aquele sentimento gigante que ela tinha em si, não sabia o definir. Aquela mistura de medo e admiração, inocência de quem sonha, maturidade de se descobrir gente. Esboçando um sorriso de canto em seu rosto, naquele instante apenas sentir e seguir.

Novembro de chocolate amargo



Nesses dias de novembro, surge um pouco daquela esperança de Natal, Ano Novo, mas também a realidade do que você construiu.
Momentos difíceis, em alguma curva você pode acabar se perdendo, em uma paixão sem progresso, em um frenesi, ou na futilidade.
Dias duros esses de novembro, aquele amor pronto a se renovar, mas também aquela angústia que sufoca por não ter alcançado os planos.
Quem sabe esteja faltando trabalho, agito, amor, pois de quase em quase se escapa, e fica assim, essa cara pálida, fruto da rotina.
O cansaço vai tomando os ossos, fraqueza de tentar, amarga rendição de novembro.
Mas hoje é dia 30, não é mesmo? Estranho, pensei que durasse até 31, vontade de acertar os planos.
Faça-se fortaleza de si, mestre e aprendiz de sua vida, solidez do que almeja. Talvez o novembro só espere você ter essa doçura, a da regeneração.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A definir


Te olhar assim de tão longe ou tão perto, apenas pra me certificar e alegrar por saber que você está presente. Reparar nos seus traços de um lugar meio distante só pra você não estranhar o quanto eu te admiro. Esconder pra mim um sentimento que podia vir a ser algo real por medo de você. Mas medo de você? Não se teme a quem se ama.
Então eu me perco de novo nesse sentimento que nem sei qual o nome, algo misturado com covardia, expectativa, amor. Há uns anos atrás seria até engraçado de contar, como é bom ter alguém que de longe te olha, que expressa algo bom por você. Porém hoje parece que isso já é diferente.
Parece uma ausência tão grande a gente não se permitir viver, se conhecer, parece algo sem motivo esse nosso receio. É como eu já te desse a mão pra dizer: -Vamos. Mas você dói tanto. Eu nunca sei qual o milímetro mais confiável para finalmente arriscar.
Isso passa, mas o que intriga é o intervalo de tempo que dura, não sei como será amanhã, pois sinceramente até perdi a esperança de algo que ultrapasse essa barreira tola que criamos. Ou se é verdade.
Mas por enquanto deixa só eu te dizer, gosto demais de você.

sábado, 13 de novembro de 2010

Á moda antiga



Hoje as pessoas não ficam ''sozinhas'' por muito tempo, é fácil encontrar alguém para distrair.
Mas ficar se distraindo com um, outro e terminar com ninguém é realmente uma das faces da solidão.
Ser só não é chorar por aquela pessoa que está longe e que você sente falta, mas que te ama também. Sozinho é vagar por tantos corpos e não descobrir o seu porto.
Se você me perguntar se existe uma só pessoa, acho que não, conhecemos outras pessoas antes de reconhecer aquela uma. Porque na verdade as pessoas mudam, o tempo passa e a gente aprende.
Vou acabar me entregando na Inquisição com meu pensamento, porém acredito que ao invés de caçar como alguns dizem, eu queira sim viver.
Se for pra ser algo, que seja com alguém que realmente mexe comigo, mais que uma aparência, mais que querer no escuro. E caso não for pra frente, como dizia Los Hermanos:'' Pois é, não deu, deixa assim como está sereno.'' Mas foi uma lágrima válida, sentida e real.
É arriscado pensar assim atualmente, ah mas eu quero mesmo é amar no claro, sóbriamente e verdadeiramente. 

sábado, 6 de novembro de 2010

Tentativa


Eu sei bem que minhas seguintes palavras sobre tal assunto não reformarão muito, mas diante da minha pouca influência, desabafo a minha alma na procura de poder ajudar.
Na primeira vez que li O cortiço, de Álvares de Azevedo, considerei um livro horrível, por tamanha miserabilidade que apresentavam os personagens, mas agora depois de um tempo vi que o autor representava a realidade. Se a situação de cada um me dava angústia, meu Deus imagine quem a vive.
Ontem assisti a um filme, ou melhor, mais um, que denuncia os mal tratos sofridos por tantas pessoas, surgiu um nojo do ser humano, de estar tão submisso a besteiras e de não poder fazer o suficiente para que isso acabe.
Não somos a raça superior, aliás, com o tanto de galáxias que existem acredito que possam existir vidas inteligentes além desse planeta.
A proporção de seres humanos que realmente são humanos é menor a dos que agem feito animais. Não convivemos com o homo sapiens sapiens, a maioria é uma projeção mal feita de pessoa.
Na verdade não posso concluir esse texto, porque a construção da nossa humanidade ainda está acontecendo, mas você que vê além, una-se com pessoas de pensamento bom, permita que suas idéias possam alcançar os que não tem conhecimento, permita que sua paz possa ser tocada pelos que sofrem, porque é nesse tipo de gente que está o futuro.
Isso nao é utopia, é diferença. É a diferença do que temos convivido tanto, o comodismo. É a urgência de ser gente.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Salto 12




Ela era uma mulher bem sucedida, esforçada mas se via presa a alguém que não a respeitava, e que não via metade do amor que ela tinha por ele. História típica que convivemos, foi então que me perguntei porque a insistência ?
Em parte me veio uma clareza, é tão difícil acreditar que o homem que se decidiu compartilhar a vida, a sua vida, sejam tão tolo e não enxergue a dimensão que se é amar, que algumas mulheres se deixam até  prejudicar para sustentar a ilusão de que ele ainda pode mudar. Quanto a outra parte só cada um pode saber.
O triste é que certas pessoas nunca mudam, e todo sofrimento não vale a pena. 
Vai ser doído tentar esquecer, se afastar. Mas decadente é não saber dar valor ao amor, estarmos com alguém que gostamos e não sabermos demonstrar isso, ser negligente ao ponto de não achar que o outro merece nossa dedicação e respeito.
Besteira mesmo é perder um amor sincero, e francamente certos indivíduos é melhor voltarem para a caverna e esperarem a evolução.
Viva aos que amam de verdade, aos que acreditam e aos que continuam lutando mesmo com as dificuldades do dia-a-dia.
E quando bater aquela dor por alguém que não a merece, ao invés de pedir uma dose de vodca, é melhor ir na loja e comprar um salto alto por favor, que mesmo aos trancos e barrancos a nossa força e elegância de ser mulher permanece.


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