Certas coisas cá entre nozes, estão além das palavras. Bem vindo!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Like a rolling stone




Como uma pedra. Você assim meio firme, mas também suscetível ao movimento se alguém lhe tocar. E então você se desenrola e rola por esses dias, pela vida.
Euforia, puro êxtase, não adianta esconder seus instintos. Como um desbravador de seus sonhos você busca, se aventura, se engana e arrisca ainda. Alguns por entre essas noites, em um gole, em busca de um som. Embriagados por aquelas emoções tão faladas, mas não sentidas a flor da pele. E como toda grande dose tem sua ressaca, você sofre com dores que não tem anestesia, e com uma dor de cabeça, aquela diretamente dos neurônios que em tamanho rebuliço não se aquietam para que possam interceptar uma mensagem fixa e sólida para ser executada pelo corpo.
Acontece que a pedra rola, cria lodo às vezes, rola novamente e como em qualquer caminho ela pede um pouco mais de sossego em seus pontos. Sua alma acena por lugares que possam te dar mais firmeza, mais terra, ar e chão.
Você provavelmente não encontrará esse ponto facilmente, e como pedra em si, desgastada entre seus machucados, porém também cada vez mais pura, essencial naquilo que você realmente é, vê que não corresponde a um só ponto. São pontos que se interligam e levam a um lugar mais seguro em que você possa se recostar.
Os dias são tão loucos, quanto minha estranha lucidez e minha alma cresce em uma maturidade cintilante como rubi, e ascendente como uma subida longa e findável.
O infinito está aqui não é mesmo? Na nossa fé que caminha e se compartilha, e nesse amor, que de tão insaciável, bebe tantas bebidas e sangria tanto. Mas permanece. Tão sólidos quanto essa pedra que rola, tão sólidos quanto a mim.
Isso é o começo de um fim? Não, é apenas o fim para um novo começo.
E como pedras tão rolantes que somos, me estendo até ti, tentando dividir essa loucura de estar vivo.

3 comentários:

  1. Fiquei curiosa sobre o texto inspirado no mestre Dylan, e não me decepcionei. Pra ser sincera, senti uma pontada de inveja branca, daquela que se sente ao ver algo tão bonito assim.


    "Você provavelmente não encontrará esse ponto facilmente, e como pedra em si, desgastada entre seus machucados, porém também cada vez mais pura, essencial naquilo que você realmente é, vê que não corresponde a um só ponto. São pontos que se interligam e levam a um lugar mais seguro em que você possa se recostar."

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  2. A esperança do recomeço no final, a compreensão da completude durante todo o "rolar de pedras"...belo texto moça!

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  3. Pedra bruta a desgastar sua rudeza entre os seixos da enxurrada, um diamante precioso no final da caminhada.
    Adorei seu blog Jamila.
    Abraços

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