Certas coisas cá entre nozes, estão além das palavras. Bem vindo!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Caminhos perdidos




Ele corria pela favela, aquelas ruas em que ontem jogava futebol, sonho de brasileiro, crescer e se tornar jogador, melhorar a vida, garantir a família.
Mas não são essas ruas que se vê hoje, são restos de esperanças misturadas ao sangue novo e a ganância de muitos, mãos estendidas implorando ajuda. Será que alguém vê? Mas será que vê, se importa e cuida?
A idade de criança, mas as feridas de um adulto, heranças de uma sociedade injusta.
Quantos mais? Ainda existe espaço para suportar tal dor?
Policiais, tiros, desespero, pessoas marcadas por uma consciência perdida, se tornaram bandidos e acabaram roubando de si mesmos as suas vidas.  
Garantia de vida perigosa essa misturada por inocência e dinheiro, pela pobreza e o medo.
Ele se acostou no canto do poste, havia sido baleado, via pernas correndo, gritos, a vista já embaçada. O som ia diminuindo vagarosamente, silêncio que ele nunca havia ouvido.Talvez sim naquele dia, que passando pela cidade com a mãe ouviu um pianista tocando uma melodia tão pura que dava até dava vontade de sorrir.
Nessa melodia e embalado pela lembrança de sua mãe, ele fechava os olhos e dizia lentamente: hallellujah.

Um comentário:

  1. A cada dia seus textos ficam melhores! ;D
    O final ficou mt bom, gostei mt! Esse hallellujah fechou mt bem o final =D

    ;*

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